De Estados diferentes. Idades diferentes. Países diferentes, até. Todos formam uma só tribo, unidos por um mesmo ideal: o escotismo. São mais de mil pessoas vivendo em harmonia nesses cinco dias do II Camporee Escoteiro Gaúcho, no Parque Marechal Osório, em Tramandaí. Respeito. Entre si e entre a natureza. Mil e 200 almoços e jantas. Mil e 200 cafés. Não se ouvem gritos. Em vez de ordens, uma espécie de compreensão comum.
Dos mais experientes aos mais novos, os mesmos entendimentos. O paulista Aguinaldo Marques Rosa é um chefe sênior e tem 13 anos de vida no movimento. Katielli Thaina Koch tem de vida 13 anos, escoteira desde os sete. É filha de mãe chefe de escoteiros. Faz parte do grupo Werner Senger, de Campo Bom, no Vale do Sinos, Rio Grande do Sul. Aguinaldo e Katielli têm quase que as mesmas respostas quando perguntados da validade de estar no movimento: convívio com outras pessoas e amizades.
Lenços vermelhos, amarelos, verdes, camisas multicoloridas, sempre em grupos, os jovens dão cor ao extenso Parque Marechal Osório, com lagos de águas cristalinas (enxergam-se os pés!!), trilhas, pistas de corda, barco vicking feito só de madeira com amarras. “Quem vai dizer que aqui estão 1.200 jovens? Não tem gritos, desordem, alvoroço”, comenta o coordenador executivo da regional dos escoteiros do Rio Grande do Sul, Antônio Carlos Hoff.
À beira de um lago, Marcelo Berto, de 11 anos, toma-se de ansiedade esperando a vez de sua patrulha assumir o comando do bote e tentar cumprir o trajeto em volta de quatro garrafas pet no menor tempo. Ele toma a frente da embarcação. Grita. Rema com força. O bote ziguezagueia de um lado pro outro. Não demora todos remam compassadamente. Passam pela primeira, segunda, terceira garrafas. Falta a última. Um leve descontrole da tripulação e o bote queima preciosos segundos. E perde a prova. Tristeza? Nada. Marcelo abraça-se aos parceiros de aventura. Riem. Jogam-se água. Cumpriram com eficiência a tarefa.
Marcelo é novo no movimento. Entrou em março do ano passado. Tem frescas na cabeça as lições dos livros que os instrutores lhe recomendaram. Fala com propriedade sobre Lopes, o guia. Era um homem que conduzia os meninos para o escotismo. Virou Guia Lopes. “É a história do meu grupo, e eu tenho de saber.” Indicação de um primo, achou no escotismo um ponto de equilíbrio. Até largou de mão as escaramuças na escola. “Brigava muito”. Hoje, ocupa-se apenas com as lições da sétima série do ensino fundamental. Está adiantado. Pulou um ano.
O nome Alexandre Espírito Santos talvez passe despercebido entre os colegas de escotismo. Se falarem em Cotton, aí todos vão saber de quem se trata. Um gordinho de 43 anos hábil com as amarras e remos. Virou escoteiro aos oito anos. Integra o Grupo de Escoteiros do Mar Passo da Pátria, na Vila Assunção, em Porto Alegre. Casou-se e levou os filhos para o mesmo caminho. “Amizade é fundamental. Trabalhamos todos juntos, não importa qual seja a profissão. Aí, vai ver o cara é juiz, um grande empresário”, diz ele.
Cotton lembra da história de um amigo que participou de um encontro na Tailândia. Em uma barraca, estava acampado um rei. E sem qualquer diferença para os demais. “Aqui, estamos todos em condições de igualdade.” E assim todos vão vivendo dias de festa, solidariedade e alegria. É o clima do II Camporee Escoteiro Gaúcho.
sábado, 30 de janeiro de 2010
Tribos de todas as idades convivem em harmonia
Postado por CAMPOREE GAÚCHO às 13:07
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